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Design no interior: desafios, contribuições e perspectivas na visão de profissionais da área



No mundo todo o design é visto como uma profissão do futuro, principalmente nas áreas em que o profissional trabalha diretamente com a experiência do usuário, como no caso do UX design.


Mas, até mesmo nos mercados mais concorridos dessa área, como o gráfico, os números são crescentes. Por exemplo, em 2021, a indústria mundial de design gráfico valia US $ 45.8 bilhões.


Seja pelo desejo de ascender através da profissão, seja pelo amor ao papel do design na sociedade, o número de pessoas interessadas em trabalhar nesse segmento também cresce.


De acordo com a escola de tecnologia Alura, o aumento de profissionais buscando cursos relacionados à formação em design cresceu mais de 40% em 2022.


Mas, você já parou para pensar se esses dados prósperos refletem de fato a realidade do profissional que atua no interior de Pernambuco?


Entendendo que o Design tem diversas vertentes, a gente do Oba foi atrás de conversar com profissionais do interior do Estado que trabalham com design gráfico, ilustração e design de moda, além de atuarem em outras linguagens transversais.


Quem está fazendo design gráfico no interior? Quais contribuições nós estamos dando para sociedade com nossos projetos? Quais são os nossos maiores desafios? E quais são os nossos sinceros desejos para essa área no nosso território? Bora acompanhar nossas descobertas!


Os designers pernambucanos do interior


O departamento de design da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, foi criado em 1997. Em 2006, com o programa de interiorização das universidades federais, o curso de bacharelado em Design foi iniciado no Centro Acadêmico do Agreste (CAA), em Caruaru. Atualmente, a graduação em design tem três ênfases: produto, gráfico e moda.


Nascidos, criados e formados (ou em formação), no interior de Pernambuco, Dani Melo, Guilherme Viegas, Bianca Carvalho, Jota Vilanova, Mara e João Paulo Soares conversam com a gente sobre como é trabalhar como designer no interior e quais são as perspectivas para suas áreas de atuação.


Esses entrevistados representam a enorme parcela de designers globais quando o assunto é idade. Os seis possuem menos de 35 anos, pertencendo a pouco mais de 83% dos profissionais dessa área, segundo dados do dribbble em 2021.


Todos eles também estudaram ou estudam na UFPE CAA, traçando suas carreiras a partir do que também aprenderam e vivenciaram nessa universidade.


Outra entrevistada que também contribuiu com essa matéria é Kesya Tavares. Olindense formada em Design Gráfico há 10 anos pela Aeso Barros Melo, mora em Caruaru há 5 anos e atua na profissão desde 2019.


Kesya Tavares designer do interior de Pernambuco,  Caruaru

De acordo com Kesya, o que lhe fez escolher o desgin foi o desconhecido.


“Sempre olhei a criatividade como parte do dia a dia. Nem sabia ao certo o que era a profissão quando me vi na necessidade de solucionar uma simples questão de criar um convite de aniversário. E cada vez que ia descobrindo sobre a profissão ia me apaixonando”, explica.

João Paulo Soares conta que sempre quis viver da sua arte e desde a infância já sonhava em trabalhar fazendo desenhos. Uniu o desejo da sua criança interior com as experiências que teve na universidade, e seguiu seu sonho.


“Eu hoje atuo na área do Design Gráfico e Ilustração. Resolvi seguir esse caminho a partir de uma disciplina que cursei na faculdade chamada Projeto Gráfico de Baixa Complexidade, com a professora Rosângela. Essa disciplina mudou a minha vida, eu me apaixonei por cada conceito básico do design gráfico como cores, grids, tipografia etc. Mergulhei em um mundo cheio de formas, conceitos e estruturas, ali foi o gole inicial para me viciar”, conta João Paulo.


Assim como o designer caruaruense, Jota Vilanova também já sabia o que gostaria de ser quando crescesse. “Desde criança eu sabia que queria ser designer, só não sabia que era assim que chamava. Meus pais sempre incentivaram muito o meu lado artístico, seja com desenho, escultura, música. Então escolher design foi algo muito natural.”


No curso, feito de disciplinas eletivas, o caruaruense de 30 anos buscou aprender o máximo possível. “Eu sempre encarei os projetos da faculdade com dedicação porque aquele era justamente o momento de errar, de se dedicar, aloprar um pouco. Eu sabia que quando eu saísse da graduação meu portfólio seria o que eu fiz dentro da faculdade, então eu já fazia os projetos pensando nesse futuro”, relembra.


Jota Vilanova designer do interior de pernambuco, Caruaru

Jota também conta que entrou na faculdade pensando em trabalhar com design gráfico, mas que durante o curso se encantou pela área de moda. Hoje atua com gráfico, mas sempre de forma multidisciplinar, flertando com design de moda, estampas e interiores.


Além da grade curricular, o curso também é uma excelente oportunidade de encontrar pessoas de diferentes territórios, contribuindo com a formação de qualquer profissional.


Para Bianca Carvalho, nascida na Zona da Mata Sul, a graduação foi um período importante para a formação de referências visuais e a troca de experiências com outras mentes criativas.


“Por ser em Caruaru, o campus recebe muitas pessoas de outras cidades (do agreste ou não) e essa troca de culturas de locais que são tão próximos, mas ao mesmo tempo tem tantas particularidades é algo que considero fundamental para minha formação cultural e visão sobre a região e as produções locais”, revela Bianca, que também é uma das fundadoras do Estúdio Infinito Criativo, um dos primeiros estúdios de design formado por mulheres no interior do Agreste.


Desde a sua efetivação, alunos de outras cidades e regiões se encontram nas salas de aula. “Sou da turma 2015.2, lembro que só eu e outra menina éramos de Caruaru, os demais eram das cidades vizinhas e de outros estados. A experiência na graduação foi um divisor de águas em minha vida. Criei as melhores ligações possíveis, com o espaço, amigos e professores”, afirma a designer caruaruense Mara.


Ela lembra que na faculdade conseguiu colecionar memórias e habilidades através das oportunidades que vivenciou, como estágios, intercâmbios, aulas e extensões. Além de atuar com designer, ela também é fotógrafa e tem como foco desenvolver projetos que envolvam design, arte e cultura.


Nesse mercado de atuação também tem aqueles profissionais que escolheram design como uma segunda opção. Mas que hoje não se vêem em nenhum outro campo de trabalho. Esse é o caso de Dani Melo e Guilherme Viegas, que vieram das áreas pedagogia e tecnologia da informação (TI), respectivamente.


Para Dani, design só foi possível pelo incentivo das amigas.


“Vinda do interior, Cachoeirinha, com um roteiro pré-pronto pra viver a vida, não sabia nem o que era design, estava estudando pra passar no vestibular de pedagogia, até que me mostraram que havia essa opção. Como sempre fui próxima da arte, me expressava desde criança através do desenho e me identifiquei com as possibilidades que o design poderia me oferecer enquanto profissional”, explica.

Já para Viegas, apesar de sempre nutrir interesse por ilustração, diagramação, design de marcas e tipografia, ele não achava que poderia viver a vida através desses conhecimentos.

“Só depois de ter começado uma primeira graduação que comecei a observar o design como algo profissional, o que me fez pular do curso de Análise de Sistemas pra Design. Já no início da graduação comecei a caminhar com o Design Gráfico como profissão, trabalhando com marcas, um pouco de redes sociais, ilustração, estamparia, etc”, revela Guilherme.


Guilherme Viegas designer do interior de pernambuco, Caruaru

Ainda segundo o designer, a faculdade tem prós e contras. Para ele, o meio universitário ainda é o melhor caminho para o crescimento do profissional designer, mas são as experiências fora da academia que mostram a necessidade do profissional ter um olhar mais articulado para o empreendedorismo.


Para Kesya, que também trabalha exclusivamente com design gráfico, a faculdade precisa ser aproveitada em sua totalidade. “Hoje olho para o período de graduação com um certo pesar, meu curso foi tecnólogo (2 anos e meio), e sinto que não me dediquei como poderia. Tive professores incríveis, com os quais aprendi bastante, mas poderia ter ido mais além”, completa.


Os principais desafios do design no interior de Pernambuco


Quando perguntamos sobre os desafios do design no interior, a resposta dos nossos entrevistados foi unânime: a desvalorização da área.


“Trabalhar com design no interior de Pernambuco é um grande desafio. Eu encontro muita resistência ainda por parte dos clientes em confiar no que o designer está propondo. As pessoas têm muitas certezas e é difícil quebrar essas barreiras. O que não acontece com um médico ou um mecânico, que as pessoas confiam no que eles estão fazendo e dizendo e ponto final. O cliente precisa de X, mas ele quer Y. Convencer ele que Y não é um bom caminho é complicado e cansativo”, afirma Jota Vilanova, que comanda o Fabrico de Ideias.

João Paulo também concorda com Jota em relação a algumas resistências de quem contrata, mas destaca a desvalorização como seu principal desafio. Apesar disso, o profissional vê com esperança uma mudança nas relações entre designer e cliente.


“Em termos de mercado ainda é um desafio, principalmente quando se trata de pagar um valor justo pelo nosso trabalho. Ainda é difícil, porém o que me alegra é perceber que há uma evolução muito grande se compararmos com o cenário de 10 anos atrás, inclusive podemos observar um grande salto também na qualidade dos trabalhos quando saímos às ruas, já é notável ver muito projeto interessante de design”, pontua.


Para Viegas, essa mudança se dará pelo trabalho que o designer precisa desempenhar no seu dia a dia. “Por aqui a gente sempre teve o intuito de, além de trabalhar, também instruir um pouco sobre como funciona o Design, seja na parceria com o comércio e serviços, com o marketing e com a gestão das empresas em si. De nada adianta só empurrar o Design goela abaixo em quem solicita o trabalho, se o que a gente quer é fazer crescer e ser entendido”, explica.


Trabalhando diretamente com o polo de confecções pernambucano, Guilherme Viegas sempre percebeu a necessidade e a oportunidade de cultivar na mente do empreendedor a importância do designer no crescimento e qualidade dos serviços e produtos locais.


Bianca Carvalho partilha da mesma visão, percebendo uma mudança gradativa na mente dos clientes e do mercado como um todo. Além de ver como positivo a expansão do trabalho remoto, possibilitando a troca entre pessoas de culturas diferentes e, consequentemente, fortalecendo o trabalho dos designers no interior.


Bianca Carvalho designer do interior de Pernambuco, Caruaru

“No início do estúdio o foco ainda era muito local, o entendimento do uso do design de forma estratégica ainda parecia distante do cenário local e tudo isso dificultava o crescimento profissional e também o uso de metodologias no nosso dia a dia. Hoje o mercado local está mais aberto, e também a maior possibilidade de trabalhar junto de empresas de forma remota possibilita projetos mais abrangentes e esse intercâmbio entre culturas diferentes. Vejo essa troca como um dos pontos principais para divulgação dos nossos projetos e também para o fortalecimento da produção do design no interior de Pernambuco”, conta.


No caso de Kesya Tavares, que só mora há 5 anos em Caruaru, os contatos com empresas na cidade ainda soa poucos. Por essa razão, a designer usa a globalização e a ascensão do trabalho remoto para conseguir projetos de fora do Estado.


“Tenho pouquíssimos case daqui, e alguns do estado, e quase todos surgem de indicação ou porque conheci o cliente em outra situação. Meu trabalho hoje circula mais no Sudeste e Sul do País. Assim como também na Europa”, conclui.


Mas além das dificuldades locais, é claro que existem outras problemáticas que afetam todos os profissionais dessa área. Para a agência de marketing digital, T8F, uma das dificuldades da profissão de design gráfico é o Burnout Criativo.


Quem nunca se sentiu esgotado, estressado e exausto? Jogue a primeira pedra quem nunca sentiu que a criatividade simplesmente desapareceu!


Burnout é um estado de estresse crônico, levando o paciente a ter uma exaustão física e emocional. Na criatividade isso também acontece, e é um dos principais desafios para o profissional, seja ele do interior ou das regiões metropolitanas.


Outro grande problema que afeta o designer é a síndrome do impostor, que pode estar relacionada inclusive ao Burnout Criativo.


“A baixa auto-estima e um sentimento avassalador de fracasso podem resultar na incapacidade de maximizar as habilidades ou realizar qualquer trabalho”, destaca um artigo da Dribbble.

Ainda segundo a matéria, o Journal of General Internal Medicine revela que 82% das pessoas sentem que não conquistaram o que conquistaram e se sentem como fraudes.


No caso das mulheres designers, além de todas essas problemáticas, ainda há outro grande desafio: a luta contra o machismo nas relações de trabalho.


“O maior desafio é comunicar, encontrar um público que esteja disposto a me ouvir, entender, abraçar meu processo, minha metodologia, respeitando desta forma meu tempo. Como mulher, tenho o recorte de ter que lidar com o preconceito e o machismo no mercado, e não é fácil”, revela Dani Melo.


Dani Melo designer do interior de Pernambuco, Caruaru

Segundo a designer, não são raras as situações em que sua opinião profissional é desmerecida pelo cliente em contraponto a opinião de um profissional masculino, por mais que o cliente tenha um vinculo de trabalho há mais tempo com ela.


Nós, mulheres, somos invalidadas o tempo todo das nossas capacidades. Isso dói. E é mais comum do que possamos contar”, desabafa.


Por fim, Jota Vilanova também destaca outra questão na profissão design na sua visão, dessa vez mais interna do que externa. “Um dos grandes desafios também é a própria comunidade de designers. Eu percebo que fala-se muito sobre apoio e colaboratividade mas isso fica muito apenas no campo das ideias e isso acaba sendo bem frustrante, mas sigo fazendo meu trabalho visando o crescimento da profissão e dos meus colegas”, conta o profissional.


Como o designer tem contribuído com a sociedade?


Em entrevista ao podcast Fora da Curva, o designer, pesquisador e professor, Douglas Cavendish, afirma que o papel do design na sociedade vem mudando ao longo do tempo, principalmente com o advento da internet e a consolidação dos serviços digitais.


“O papel do design sofre uma mudança fundamental na virada do século. O design passa a assumir um local de destaque nesses mercados digitais e o papel do design se torna mais central nessa dinâmica. Nesses mercados o design tem o poder muito interessante de determinar a jornada do uso, a interface do uso. Então, eu diria que hoje o papel do designer é um papel muito mais amplo na sociedade, é um papel que realmente está endereçando o comportamento das pessoas”, afirma.

Para nossos entrevistados, a atuação do profissional dessa área não só contribui com o desenvolvimento da sociedade como também ajuda a transformá-la.


“Acredito que o designer enquanto profissional tem a possibilidade de ser multidisciplinar, trocando experiências com várias camadas da sociedade, sendo veia, canal de transformação. Utilizando o design como ferramenta para diminuição das disparidades sociais seja em questões econômicas, de cor, crença, gênero ou grupo social”, explica Mara.



mulheres fazendo tapioca
O design também consegue contribuir com projetos culturais

A designer também cita exemplos de trabalhos realizados por ex-alunos do CAA que colaboram com a sociedade em vários seguimentos, no campo da saúde, economia e até no social.


Um dos exemplos é o projeto de Matteus Costa, que fez o redesign do Viconsus, plataforma da prefeitura de Caruaru responsável pelo acompanhamento de marcação de consultas e exames feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).


Outro trabalho citado por Mara é o Agrestinas, projeto aprovado pela Lei Aldir Blanc e idealizado por Ysabel Costa e Aline Paiva. O Agrestinas é uma cartilha com conteúdos básicos para auxiliar e profissionalizar mulheres costureiras do interior de Pernambuco.



tela azul com texto agrestinas transformação social e econômica através do desing
A cartilha desenvolvida conta com conteúdos básicos para auxiliar mulheres costureiras do Agreste

Ao lado de outros designers, Mara também tem lançado o fotolivro Ciano, Cidade”. “Acredito na sua contribuição no campo do design gráfico, editorial e social. Por ser um fotolivro que retrata o polo de confecções do Agreste pernambucano com o olhar singular de Palloma Paulino, Gabriella Ambrósio, Dênis Torres, Willams Robert e eu”, finaliza.


Ythalla Maraysa designer do interior de Pernambuco, Caruaru

Já na opinião de Bianca Carvalho, o papel do designer também perpassa a possibilidade de renovação e manutenção das variadas linguagens pernambucanas.


“Ao criar projetos que muitas vezes bebem nesses movimentos, técnicas e estilos originados no Estado, mas que se somam a novas tendências, a novos olhares e se incorporam nas metodologias de criação e fortalecem nossa imagem de uma forma não caricata, mas sim cheia de simbolismos”, explica Bianca.


Um bom exemplo disso é o trabalho de conclusão de curso de João Paulo, que estabelece uma conexão entre o design popular local com o global.


João Paulo Soares designer do interior de Pernambuco, Caruaru

Em sua pesquisa de campo, o designer registrou alguns letreiramentos populares pelas ruas e pela feira de Caruaru, criando assim um alfabeto tipográfico e caligráfico da cidade chamado Caliru.


“O designer é o agente responsável por potencializar, imortalizar e tornar visível o sentimento gráfico de uma região ou determinada cultura”, destaca o profissional.



Três cartazes dois bancos na ponta e um vermelho no meio
Caliru é uma tipografia feita em homenagem aos letramentos populares de Caruaru


Perspectivas dos profissionais para o design no interior


Se o principal desafio dos designers no interior de Pernambuco é a desvalorização de seus trabalhos, o maior desejo da classe é justamente que esse problema seja ultrapassado. Eles e elas pedem valorização!


“Eu sonho com a valorização financeira dos nossos serviços, que nossos clientes possam compreender melhor a importância do nosso trabalho e invista com força nos nossos projetos”, revela João Paulo.


Jota Vilanova segue a mesma linha, desejando valorização por parte dos clientes, mas também colaboração entre os profissionais. “Temos designers incríveis aqui e que possuem as mesmas queixas financeiras e o que a gente recebe não está nem perto do nível do trabalho que o design caruaruense merece. Desejo também que a comunidade seja mais unida, e assim, traçar estratégias sobre essa valorização.”


Para Viegas, essa valorização pode acontecer em algum momento, mas para isso é preciso muito trabalho e dedicação dos profissionais da área.


“Acredito sempre na melhora, mas tudo em passos lentos e firmes. Nunca tive a ilusão que a área explodisse e fosse acontecer algum tipo de fenômeno, é um processo gradual, acaba sendo realizado na base do mercado, no boca a boca, no olhar atento ao exemplo do concorrente direto ou indireto que está ao lado”, pontua.


Para além da valorização da classe, as designers têm outras perspectivas e desejos para o design, principalmente o que é desenvolvido no interior de Pernambuco.


Para Mara e Bianca Carvalho, o desejo é que a região cresça culturalmente assim como a profissão. E que seja possível uma maior interação entre as diferentes linguagens artísticas e as pessoas agentes de transformação no Estado.


“Que possamos estreitar os laços entre designers, a universidade, os saberes populares e a sociedade em geral. Minhas expectativas e desejos é que consigamos trabalhar de forma equilibrada e com saúde mental, que tenhamos um piso salarial justo para a região onde moramos e trabalhamos. Que o design seja valorizado e reconhecido por todas as esferas da sociedade principalmente pelo poder público”, revela Mara.

Enquanto que Bianca espera que “cada vez mais os profissionais do estado sejam valorizados e que as produções feitas aqui ganhem reconhecimento e façam parte dessa construção da imagem de Pernambuco, que já é tão forte e precisa ser continuada.”


Kesya, por sua vez, tem o desejo de aprender mais sobre a cultura local. “Vejo claramente um crescente do mercado no interior. Vejo inclusive uma consciência maior do design para negócios. Minhas perspectivas são mais pessoais, sabe? Me inserir mais à cultura local, aprender de forma mais intima mesmo. Trazer esse olhar para dentro do meu trabalho de alguma forma.”


Já Dani Melo deseja “mais espaço, respeito e oportunidades para todes os designers inclusive nós, mulheres empreendedoras independentes”.


Por aqui, a gente também assina embaixo nos desejos e perspectivas dos nossos colegas designers.


É preciso mais valorização do mercado, mais cumplicidade entre clientes e profissionais, mais disposição do designer para exercer o papel de guia nas relações de trabalho e mais união da classe. Assim, todo mundo consegue ganhar nessa história, tanto nós, como o mercado, nossos clientes e até mesmo o nosso território.


E você, o que deseja para o mercado de design no interior?





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